Cosud defende inclusão de todo parque de energia limpa no programa federal de hidrogênio verde
28/08/2024
O governador Carlos Massa Ratinho Junior, coordenador do Cosud, o Consórcio de Integração Sul e Sudeste, mandou um ofício em nome do consórcio ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendendo o posicionamento das associações de energia contra o acréscimo do conceito de adicionalidade ao Projeto de Lei que institui o PHBC, Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono, em tramitação na Casa. O PHBC vai permitir que todo o atual parque de energia limpa, que representa 93% da geração nacional, invista nessa área. O projeto foi aprovado na Câmara sem a introdução desse conceito, que agora volta a ser considerado na discussão do Senado, buscando viabilizar a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono apenas com a utilização de energia vinda de novos projetos de fontes renováveis, adicionadas ao sistema a partir de 36 meses antes da vigência da lei. De acordo com as associações, no entanto, o Brasil possui uma das matrizes com maior participação de fontes renováveis no mundo, o que confere uma grande vantagem competitiva para produção de Hidrogênio de Baixa Emissão se esse parque gerador puder ser utilizado, inclusive por meio das renováveis já existentes. Todas as variadas fontes renováveis que o País tem em abundância são vetores para a transição energética e podem contribuir para a descarbonização e posicionamento do Brasil no mercado global de hidrogênio. Essa adicionalidade também tende a influenciar a localização das plantas de produção, direcionando para regiões próximas às novas usinas renováveis, a maioria implantadas na região Nordeste, em detrimento da distribuição da localização dessas plantas pelas diferentes regiões do País. Outro fator prejudicial do projeto envolve os custos. As usinas adicionadas ao sistema em até 36 meses são, em grande parte, beneficiárias de subsídios pagos pelos consumidores, inclusive os menos favorecidos, via conta de luz, enquanto as mais antigas já têm custos amortizados. O texto do consórcio afirma que o Cosud defende a justa e ampla distribuição dos investimentos na nova indústria do hidrogênio de baixa emissão de carbono, beneficiando todas as fontes de geração de energia elétrica em todo o território nacional e toda a população brasileira, caminho que será inviabilizado caso o conceito de adicionalidade seja acrescentado. (Repórter: Gustavo Vaz)