Conheça a história e os bastidores do Teatro Guaíra, que completa 140 anos em 2024

16/09/2024
Mais do que uma casa de espetáculos, o Teatro Guaíra se tornou, ao longo de 140 anos de existência, uma verdadeira “fábrica de espetáculos”. É casa de quatro corpos artísticos: o Balé Teatro Guaíra, a Orquestra Sinfônica do Paraná, a G2 Companhia de Dança e a Escola Guaíra, e tem no histórico produções marcantes e é responsável pela formação de centenas de artistas e técnicos que ali iniciaram a carreira para, depois, ganharem os palcos do Brasil e do mundo. Para a secretária Estadual da Cultura, Luciana Casagrande, o centro é um templo do setor em todo o país. // SONORA LUCIANA CASAGRANDE //

A história do Teatro Guaíra começou a ser construída no Segundo Império, em 1884, 31 anos depois do Paraná se emancipar da então Província de São Paulo. Em dezembro de 1855, o ator mambembe Domingos Martins de Souza inaugurou o Teatro de Curitiba, o primeiro espaço cênico da Capital, construído em uma casa de madeira na Rua Direita, a atual 13 de Maio. A própria cena local que se formava então passou a pressionar pela construção de um teatro oficial. O diretor-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra, Cleverson Cavalheiro, afirmou que foi justamente essa classe artística que foi historicamente essencial, não só na criação, como na manutenção desse espaço. // SONORA CLEVERSON CAVALHEIRO //

Em 1871, a Assembleia Legislativa Provincial do Paraná decretou uma lei que doaria o terreno adjacente à sua sede. Quem atendeu aos requisitos previstos foi a Sociedade Teatral União Curitibana. Em 1874, foi lançada a pedra fundamental do Theatro São Theodoro, nome dado em homenagem a Theodoro Ébano Pereira, fundador de Curitiba. Dez anos depois, em setembro de 1884, o Teatro abria as portas para o público e seria, por uma década, o principal espaço cênico da cidade. Porém, em 1894, com o avanço da Revolução Federalista, o São Theodoro foi transformado em um presídio até o fim do conflito, degradando a edificação. Somente em 1900 o espaço foi reestruturado e retomado como uma casa de espetáculos, que ganhou um novo nome. Na década de 1930, quando novos momentos políticos e históricos surgiam, o teatro passaria por mais um revés. Com a morte de Salvador de Ferrante, em 1935, um dos membros da sociedade teatral, ela deixou de existir, reduzindo também o número de peças e apresentações no local. Além disso, rachaduras nas paredes do prédio serviram de desculpa para o fim do primeiro ato dessa história. Em 1937, o prefeito em exercício Aluízio França, ordenou a demolição do teatro, o que ocorreria na década seguinte. No mesmo terreno, seria construída mais tarde a Biblioteca Pública do Paraná. Apesar de contar com outras companhias cênicas, Curitiba ficou por quase 20 anos sem um teatro oficial. Cleverson Cavalheiro conta que, nos anos 1950, o governador Bento Munhoz da Rocha Netto retomou um concurso realizado para um novo espaço. // SONORA CLEVERSON CAVALHEIRO //

A previsão era de que o Grande Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto fosse finalizado em 1971, mas um incêndio em 1970 adiou a entrega do Guairão. O diretor artístico do Teatro, Áldice Lopes, relata como foi esse processo. // SONORA ÁLDICE LOPES //

Atualmente, as produções próprias do Centro Cultural têm ingressos a preços populares, de R$ 10 e R$ 20, para atrair o público. Os corpos artísticos também circulam pelas cidades para levar essa arte por todo o Paraná. Semana passada, o governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou o repasse de R$ 50 milhões para uma série de reformas no espaço, o maior investimento da história do teatro. (Repórter: Gustavo Vaz)