Como pessoas anônimas viram a vida mudar com a pandemia

12/03/2021
Em um ano de pandemia, todos viram a rotina diária ser alterada para tentar conter o avanço da Covid-19. Em alguns casos, a vida virou de ponta-cabeça para se adaptar ao que se habituou chamar de “o novo normal”. O Governo do Estado conseguiu minimizar os impactos com diversos novos programas, mas eles só foram possíveis porque milhares de pessoas não pouparam esforços para garantir um pouco de normalidade. No caso da educação, por exemplo: a pandemia exigiu de professores, alunos e pais uma total adaptação para o ensino online, desafio que precisou ser vencido rapidamente. O Paraná pôs em prática um dos modelos mais assertivos e elogiados do Brasil, e o Aula Paraná se consolidou como um efetivo sistema multiplataforma de educação a distância, com aulas transmitidas pela televisão, YouTube e aplicativo, alcançando os cerca de um milhão de alunos da rede. A professora e pedagoga Liliane Assumpção Oliveira é um exemplo de quem age para fazer esta engrenagem funcionar. Há 23 anos ela se dedica à educação de estudantes surdos. Toda a trajetória foi percorrida no Colégio Estadual para Surdos Alcindo Fanaya Júnior, de Curitiba. A escola funciona em período integral e tem a Libras, língua brasileira de sinais, como língua de instrução. O colégio passou seis meses da pandemia em 1º lugar nos acessos ao Google Classroom com atividades online e Meets, que são os encontros online com os estudantes. Ela explicou que, apesar de a equipe já ter alguma experiência com recursos visuais, que é base do ensino de surdos, transpor isso para a educação online era um desafio.// SONORA LILIANE ASSUMPÇÃO.//

O esforço deu certo. Com ajuda dos intérpretes de libras, eles desenvolveram uma série de tutoriais para capacitar as famílias dos alunos para auxiliar nas aulas remotas. Liliane contou que o envolvimento de toda a comunidade escolar foi fundamental para que o conteúdo continuasse sendo passado para os alunos.// SONORA LILIANE ASSUMPÇÃO.//

Com cerca de 100 alunos e 17 turmas, desde a educação infantil até o ensino médio, a escola vem conseguido transpor as barreiras. Apesar disso, Liliane destacou que os alunos não veem a hora de poder voltar para o ensino presencial. Essa presença física no ambiente escolar, além de auxiliar na socialização das crianças e adolescentes, também pesa na própria capacidade de eles reterem o conteúdo que é ensinado. Prender a atenção de alunos durante a aula de matemática, por exemplo, não é tarefa fácil nem nas aulas presenciais, quem dirá no ensino remoto. E a professora Lilian Marilene Ribeiro dos Santos sentiu na pele o dilema. Mesmo tendo adaptado materiais, montado apresentações explicativas para os alunos, não conseguia ter o sucesso e a adesão que desejava. Professora no Colégio Estadual Leôncio Correia, em Curitiba, há 15 anos, ela começou 2021 com uma novidade: se a escola não pode receber os alunos em sala de aula, ela resolveu montar uma na própria casa.// SONORA LILIAN MARILENE.//

A pandemia também mudou a rotina da soldado Jana Scherer, de Pato Branco. Como auxiliar de Comunicação Social do 3º Batalhão de Polícia Militar, as ações administrativas tomavam boa parte do seu tempo. Com a pandemia e o reforço do policiamento para garantir o cumprimento das medidas de restrição, ela explicou que as operações nas ruas se tornaram bem mais frequentes.// SONORA JANA SCHERER.//

A exposição constante fez também que redobrasse os cuidados em casa. Vivendo com o filho de 20 anos, todos os dias, ao voltar para casa, ela cumpre o ritual de fazer a assepsia de todos os equipamentos de trabalho. Para ela, a maioria das pessoas já entendeu a gravidade da situação mas, mesmo assim, reforçou o apelo para que todos colaborem neste momento delicado.// SONORA JANA SCHERER.//

Enquanto uns trabalham diretamente no combate à doença, o Estado manteve diferentes estruturas auxiliando quem mais precisa. O Paraná implementou o programa Cartão Comida Boa, que injetou 113 milhões de reais na economia paranaense, alcançando quase 800 mil pessoas em situação de vulnerabilidade. Além disso, mesmo com a pandemia, a manutenção do programa Leite das Crianças foi uma vitória. Elisiane Mara de Araujo mora em Araucária com os dois filhos pequenos e diz que não saberia o que fazer sem a ajuda. Antes da pandemia, trabalhava com eventos, fazendo esculturas em biscuit para topos de bolos. Com as restrições, as festas cessaram. Separada, vive com a pensão de um dos filhos e os bicos que têm conseguido para complementar a renda familiar. Ela destacou que, além do Cartão Comida Boa, a manutenção do Leite das Crianças foi fundamental para garantir o crescimento saudável do filho.// SONORA ELISIANE DE ARAUJO.//

Com atendimento diário de 112 mil crianças, entre 6 meses e 3 anos de idade, o programa Leite das Crianças também ajudou a garantir trabalho e renda a cinco mil e 200 produtores de 42 pequenos laticínios. Outras informações sobre o combate à Covid-19 no Paraná também podem ser acompanhadas em atualizações diárias nos sites coronavirus.pr.gov.br e xoops.celepar.parana/migracao/secs_aenoticias. (Repórter: Wyllian Soppa)