Com revitalização da Orla, canal do Rio Matinhos vira refúgio para biguás e garças

20/02/2024
A fauna do Litoral ganhou novos pontos para descanso e alimentação com a reestruturação da Orla de Matinhos por parte do Governo do Estado. Se tornou comum encontrar na desembocadura do canal do Rio Matinhos, onde foram construídos guias de correntes, agrupamentos de aves aquáticas como biguás ou mergulhões, e também uma variedade de garças. Segundo especialistas, a estrutura marítima foi responsável por deixar as águas da região mais calmas, propícias para as aves. O projeto funciona para proteger a costa da força das ondas, das cheias da maré e para facilitar o escoamento das águas pluviais para o mar, com a macrodrenagem, diminuindo as enchentes no município. José Luiz Scroccaro, diretor de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do IAT, explica como os equipamentos funcionam para que haja essa tranquilidade no mar que atraiu os animais. // SONORA JOSÉ LUIZ SCROCCARO //

Os biguás procuram locais tranquilos e protegidos à beira da água para o repouso do grupo, secagem e limpeza da plumagem. Eles se alimentam de pequenos vertebrados e invertebrados e usam os ambientes rasos para obter o chamado “forrageamento”, que é a procura de recursos alimentares na natureza. As garças vivem aos bandos, frequentam rios, lagoas, praias marítimas ou manguezais de pouca salinidade, e se alimentam de peixes, sapos e outros animais aquáticos, espécies em abundância no Litoral. Com as condições estruturais adequadas, a presença de um grande número destas aves na região pode ser considerada normal, já que é uma das espécies mais comuns e abundantes nos ambientes costeiros do Brasil. Thelma Scolaro, oceanógrafa e gestora da equipe técnica do Consórcio DTA/Acquaplan, responsável pelos programas de monitoramento ambiental durante a revitalização da Orla, destaca que os biguás são comuns em Matinhos, mas não eram avistados no local que as obras foram feitas. // SONORA THELMA SCOLARO //

Esse não é o primeiro exemplo de impacto da obra no ecossistema local. Um estudo do Consórcio DTA/Acquaplan mostra que foram avistados 56 grupos de botos-cinzas e toninhas, espécies que correm risco de extinção, além de outros animais costeiros. Já as corujas-buraqueiras e caranguejos maria-farinha foram atraídos pela engorda da faixa de areia e o replantio da restinga. (Repórter: Gustavo Vaz)