Com registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial, Café do Norte Pioneiro do Paraná impulsiona a região
05/03/2019
O Café do Norte Pioneiro do Paraná foi o primeiro produto a ter o registro de Indicação Geográfica junto ao INPI, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial. A tradição e a importância do produto para o desenvolvimento da região são fatores que impulsionaram essa conquista, obtida já há sete anos. Os benefícios do registro de Indicação Geográfica para a produção cafeeira refletiram no desenvolvimento de todos os 46 municípios da Região do Norte Pioneiro do Estado. Segundo o secretário-executivo da Câmara Setorial do Café do Paraná e economista do Núcleo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento em Apucarana, Paulo Sergio Franzini, a região tem hoje cerca de 15 associações. // SONORA PAULO SERGIO FRANZINI // A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento estima a existência de 5 mil a 7 mil propriedades de café no Paraná, sendo que 62% se concentram no Norte Pioneiro. Para este ano, é prevista a produção de 1 milhão e 100 mil sacas no Estado. Com os pequenos produtores organizados, capacitações são promovidas pelo Instituto Emater, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, da Federação da Agricultura do Paraná, e pelo Sebrae Paraná. O coordenador regional do projeto Café na região do Norte Pioneiro do Instituto Emater, Otávio Oliveira da Luz, disse que tecnologia e conhecimento são fundamentais para o fortalecimento do produto. // SONORA OTÁVIO OLIVEIRA DA LUZ // A orientação técnica do Emater resultou na adequação do espaçamento do plantio. Em vez de 2 mil plantas por hectares, atualmente os produtores conseguem plantar 5 mil por hectare. Houve, ainda, a melhoria da adubação e a cobertura de solo com vegetação entre as linhas de produção. O trabalho de podas dos galhos após a colheita do café também é uma tecnologia que rende bons resultados. O método consiste na reserva por um ano da área desta forma, até que se plante novamente. Desde 2007, o cafeicultor Rodrigo Roenco Machado trabalha na propriedade herdada da família, de 34 hectares, em Carlópolis. Ele conta que faz parte da terceira geração do café na família. // SONORA RODRIGO ROENCO MACHADO // Rodrigo possui oito funcionários e inova na diversificação, abrindo frente com a fruticultura, mas o gosto pelo café permanece na plantação. Com os desafios presentes no trabalho diário de diminuir custos de produção do café, o agricultor diz que é essencial ter o apoio da Associação dos Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná para ganhar competitividade no mercado. A Associação foi fundada em 2008. De acordo com o vice-presidente da entidade, Luiz Fernando de Andrade Leite, ela uniu pequenos produtores e buscou, junto com o Sebrae Paraná, o registro de indicação geográfica. // SONORA LUIZ FERNANDO DE ANDRADE LEITE // A partir da Associação, foi criada uma cooperativa que facilita a comercialização para o exterior do café produzido pelos cerca de 100 pequenos produtores que ela representa. Por ser o primeiro, o Café do Norte Pioneiro abriu portas para que outros cinco produtos paranaenses buscassem o reconhecimento. Outros cinco aguardam a chancela do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, que atesta a autenticidade da produção, como a bala de banana de Antonina e o melado de Capanema. (Repórter: Priscila Paganotto)