Com receitas caseiras, Paraná tem empresas de doces e salgadinhos que fazem sucesso no país
14/07/2021
Se você nasceu ou andou pelo Paraná certamente já se deparou com um pacote de Pipoteca, uma caixinha de Tubetes ou uma bala Lovemania. Com sorte, experimentou os três na mesma jornada. A história dessas guloseimas com sotaque bem paranaense e pé bem vermelho é mais uma reportagem da série Feito no Paraná, que busca valorizar a produção regional, um dos pilares do projeto de retomada econômica do Estado com a aceleração da vacinação contra a Covid-19. E se tem alguém que entende de doce no estado certamente é Paulo Hermínio Pennacchi, que chegou em Arapongas, na Região Norte, aos seis anos. Ao lado do pai e dos irmãos, formou um conglomerado de fabricação de balas e distribuição de milhares de produtos, capaz de empregar em torno de 500 pessoas entre as sedes de Arapongas e Rolândia, ambas na Região de Londrina. O processo começou em 1962 pelas mãos do patriarca, Hermínio Antonio Pennacchi. Em uma lojinha de apenas 15 metros quadrados, ele abriu uma tabacaria, que logo ganhou outras miudezas e algumas caixas de chicletes. Era a senha para a paixão pelos doces e pela logística de distribuição. Fórmula de sucesso que permitiu ampliar a estrutura. Primeiro com uma DKW-Vemag Vemaguet que, restaurada, até hoje brilha em uma das sedes da empresa, e depois com a primeira Kombi. Logo a loja virou barracão. Depois, um imenso centro de distribuição. E a Vemaguet foi trocada por uma frota de caminhões e utilitários. O empresário conta que, em 1993, a família resolveu fazer balas. // SONORA PAULO HERMÍNIO PENNACHI // A família Santos, de Curitiba, também aposta no público infantil, mas com foco na mistura do doce com o salgado. O clã criou há 43 anos a marca de salgadinhos de milho e pipoca Pipoteca, enraizada na cultura de Curitiba. Alcione dos Santos, um dos sócios, conta que esse fato rende histórias e brincadeiras no mundo virtual. // SONORA ALCIONE DOS SANTOS // O nome surgiu da combinação de “pipoca” com “discoteca”, em alusão às danceterias e na onda da novela Dancin’ Days. De uma maneira simples, é misturado a milho, a gordura e o tempero de manteiga. O pacote de cor roxa com salgadinhos amanteigados inspirados em grãos de milho é o carro-chefe da indústria, responsável por cerca de 50% das vendas e do faturamento da família. Alcione dos Santos relata que os sabores surgem até em conversas de churrasco. // SONORA ALCIONE DOS SANTOS // As vendas permitiram sonhos mais altos e, com o coração partido, o grupo se viu obrigado a deixar em parte a Vila Fanny. O planejamento prevê a mudança da planta industrial para um terreno de seis mil metros quadrados em Fazenda Rio Grande, Região Metropolitana de Curitiba. A Pipoteca conta hoje com 70 colaboradores e produz em torno de sete toneladas por dia, entre salgadinhos e pipoca doce. Já em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, a Barion atua no mercado de doces há mais de 60 anos. Fundada como uma distribuidora, foi nos anos 70 que a empresa começou fabricação própria, ainda de forma artesanal. Hoje, já na terceira geração da família à frente da gestão, a Barion produz cerca de 300 toneladas de doces por mês e distribui para todo o Brasil. Alexandre Barion, diretor de operações, explica as principais atuações da marca. // SONORA ALEXANDRE BARION // Com cerca de 300 funcionários, a Barion é uma três maiores empregadoras do município. Na época da Páscoa, contrata cerca de 120 temporários. Um dos carros-chefes é o Tubetes, criado na década de 1980 e que foi o primeiro rolinho de wafer do Brasil. Fernanda Barion, diretora de marketing da empresa, afirma que o sucesso foi tamanho que hoje a marca, registrada, virou sinônimo de categoria. // SONORA FERNANDA BARION // Mesmo com a situação desafiadora imposta pela pandemia, a Barion conseguiu driblar este período, sem grandes impactos. Neste meio tempo, inaugurou o e-commerce e tem um projeto de franquias saindo da gaveta, que promete ampliar a distribuição dos produtos da marca em escala nacional. Leonardo Barion, diretor comercial, conta que a empresa segue investindo na rede de consultoras e fornecedores locais. // SONORA LEONARDO BARION // Empresas paranaenses interessadas em participar do programa Feito no Paraná podem se cadastrar no site www.feitonoparana.pr.gov.br. (Repórter: Gustavo Vaz)