Com história de três gerações e mestranda amazonense, UEM amplia atendimento a indígenas

19/04/2024
Três gerações da família da indígena Gilda Kuita Rodrigues, de 68 anos, graduada em História pela UEM em 2023, estudam ou já se formaram na instituição. Ao todo, são 11 integrantes da família Kaingang, dentre eles, cinco filhos: Ivan, Jaciele, Janaína, Jaqueline e Sérgio, e seis netos, Alexia, Aline, Jean Carlo, Julian, Natã e Voia. Quatro dos cinco filhos se formaram em Ciências Biológicas, Enfermagem, Direito e Pedagogia e uma filha está cursando Serviço Social. Entre os netos, há alunos de Agronomia, Direito, Medicina e Pedagogia. A mestranda indígena Neidemara Araújo de Souza, de 27 anos, da etnia Ticuna, que fica situada no Alto Solimões, no Amazonas, decidiu estudar em Maringá porque o marido já estava fazendo doutorado na UEM, na área de Engenharia Química. Após concluir o Mestrado ela pretende fazer o doutorado na instituição. A UEM já formou 49 indígenas e tem, atualmente, 59 matriculados. Na pós-graduação, a Universidade formou o primeiro mestre indígena do Paraná. Até o momento, graduou três mestres e, atualmente, tem três indígenas no mestrado e dois no doutorado. Segundo a coordenadora da Comissão Universidade para os Índios da UEM, Maria Christine Berdusco Menezes, essas histórias são exemplos de como o Vestibular dos Povos Indígenas no Paraná, criado em 2001, vem cumprindo com o seu papel de inclusão desta parcela da população na academia. // SONORA MARIA CHRISTINE BERDUSCO MENEZES //

A coordenadora acredita que o motivo da UEM ser uma universidade com muitos alunos e formandos indígenas é fruto também do trabalho desenvolvido com os povos originários no Paraná há mais de 30 anos com o Laboratório de Arqueologia, Etnologia e Etno-história. // SONORA MARIA CHRISTINE BERDUSCO MENEZES //

Além do apoio e acompanhamento pedagógico prestado pela equipe da Comissão, a UEM disponibiliza uma sala na Biblioteca Central exclusiva para uso dos estudantes indígenas. Neste espaço, eles se reúnem para estudar e trocar experiências. Nos dias 16 e 17 de maio, a Comissão Universidade para os Índios da UEM promove o Ciclo de Debates Interculturais 2024 - UEM: Os Desafios do Ensino Superior Indígena no câmpus sede da instituição. O objetivo é recepcionar os calouros indígenas e integrá-los à comunidade estudantil. (Repórter: Gustavo Vaz)