Com fim da vacinação, indústrias de carne planejam investimentos bilionários no Paraná
28/05/2021
O novo status sanitário alcançado pelo Paraná nesta quinta-feira, de área livre de febre aftosa sem vacinação, vai representar um salto ainda maior na cadeia de carne do Estado, o principal produtor de proteína animal do País. De olho na abertura de mercados que deve vir na esteira da chancela da Organização Mundial de Saúde Animal, frigoríficos instalados no Paraná começam, desde já, a tirar investimentos bilionários do papel. Com impacto maior nas indústrias bovina e suína, cujos rebanhos são diretamente prejudicados pela marca da doença, a erradicação da aftosa também deve influenciar o setor leiteiro, a piscicultura e a avicultura paranaense, que hoje é responsável por um terço da produção e 40,9% da exportação brasileira. Cadeias como a de suínos, por exemplo, visualizam até dobrar a exportação nos próximos anos, tomando, finalmente, a liderança da produção nacional. Somadas, as carnes de frango, porco e boi do Paraná totalizaram quase 6 milhões de toneladas em 2020, representando 22,3% da produção nacional. De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, mesmo com essa escala, 65% do mercado internacional ainda não compra as carnes suína e bovina paranaense por causa do status sanitário vigente até então. Esse cálculo inclui aqueles países que pagam melhor pelo produto, como o Japão, Coreia do Sul, Chile, México e membros da União Europeia. De acordo com o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento Norberto Ortigara, quando o Estado consegue conter uma doença como a aftosa, ele mostra aos importadores que tem um sistema de vigilância e controle sanitários de qualidade.// SONORA NORBERTO ORTIGARA.//
Um exemplo emblemático nesse processo é a Frimesa, que está construindo em Assis Chateaubriand, no Oeste do Estado, aquele que será o maior frigorífico de suínos da América Latina. A primeira fase da obra deve ser concluída em 2022, com a capacidade inicial de abate de 7.500 suínos por dia e investimentos de 840 milhões de reais. Com a finalização do projeto, a previsão é dobrar a produção na unidade até 2030, fechando um investimento total de um bilhão e 200 milhões de reais e o abate de até 15 mil cabeças por dia. A previsão é de gerar 3 mil e 500 empregos diretos na primeira fase de implantação e 8 mil e 500 quando a planta estiver em pleno funcionamento. Elias Zydek, diretor-executivo da cooperativa, disse que a Frimesa já planejava ampliar a produção suína, mas o investimento dessa envergadura só está sendo tirado do papel porque era de conhecimento que o Paraná estava se estruturando para se tornar área livre de febre aftosa sem vacinação. Para ele, a conquista do novo status sanitário vai elevar a cadeia produtiva da suinocultura a um novo patamar.// SONORA ELIAS ZYDEK.//
Mesmo que já mantenha um bom mercado e a liderança disparada na exportação de carne de frango, e não seja impactada diretamente pela vacinação contra a aftosa, a avicultura paranaense também é beneficiada com o reforço no sistema de sanidade animal. Irineo da Costa Rodrigues, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná, acredita que o Estado tem condições de disputar internacionalmente esse mercado. Ele informou que o Paraná exporta carne de frango para cerca de 170 países, mas vários deles estão se organizando para uma produção própria, tanto para abastecer o mercado interno como para competir com fortes produtores como o Brasil.Com a chancela, o Paraná ganha credibilidade. O processamento das proteínas animais também ganha cada vez mais força no Estado. Há duas semanas, a JBS anunciou a ampliação de sua planta em Rolândia, no Norte do Paraná. O investimento de um bilhão e 850 milhões de reais será usado para a construção da maior fábrica de empanados e salsichas do mundo e a expansão da atual unidade de aves. Com previsão de produzir até mil toneladas de alimentos preparados por dia a partir do quarto trimestre de 2022, há expectativa de criar cerca de 2 mil e 600 novos empregos diretos. Darlan José Carvalho, diretor de Negócios da JBS no Paraná, ressalta que o Estado é prioridade na expansão dos negócios da empresa.// SONORA DARLAN JOSÉ CARVALHO.//
Na industrialização, há perspectivas de novos investimentos também por parte da BRF, Coopavel, Copacol, Frísia, Castrolanda, C.Vale e diversas outras cooperativas e empresas, montante que ultrapassa 2 bilhões de reais apenas neste ano, no cálculo da Ocepar. (Repórter: Rudi Bagatini)
Um exemplo emblemático nesse processo é a Frimesa, que está construindo em Assis Chateaubriand, no Oeste do Estado, aquele que será o maior frigorífico de suínos da América Latina. A primeira fase da obra deve ser concluída em 2022, com a capacidade inicial de abate de 7.500 suínos por dia e investimentos de 840 milhões de reais. Com a finalização do projeto, a previsão é dobrar a produção na unidade até 2030, fechando um investimento total de um bilhão e 200 milhões de reais e o abate de até 15 mil cabeças por dia. A previsão é de gerar 3 mil e 500 empregos diretos na primeira fase de implantação e 8 mil e 500 quando a planta estiver em pleno funcionamento. Elias Zydek, diretor-executivo da cooperativa, disse que a Frimesa já planejava ampliar a produção suína, mas o investimento dessa envergadura só está sendo tirado do papel porque era de conhecimento que o Paraná estava se estruturando para se tornar área livre de febre aftosa sem vacinação. Para ele, a conquista do novo status sanitário vai elevar a cadeia produtiva da suinocultura a um novo patamar.// SONORA ELIAS ZYDEK.//
Mesmo que já mantenha um bom mercado e a liderança disparada na exportação de carne de frango, e não seja impactada diretamente pela vacinação contra a aftosa, a avicultura paranaense também é beneficiada com o reforço no sistema de sanidade animal. Irineo da Costa Rodrigues, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná, acredita que o Estado tem condições de disputar internacionalmente esse mercado. Ele informou que o Paraná exporta carne de frango para cerca de 170 países, mas vários deles estão se organizando para uma produção própria, tanto para abastecer o mercado interno como para competir com fortes produtores como o Brasil.Com a chancela, o Paraná ganha credibilidade. O processamento das proteínas animais também ganha cada vez mais força no Estado. Há duas semanas, a JBS anunciou a ampliação de sua planta em Rolândia, no Norte do Paraná. O investimento de um bilhão e 850 milhões de reais será usado para a construção da maior fábrica de empanados e salsichas do mundo e a expansão da atual unidade de aves. Com previsão de produzir até mil toneladas de alimentos preparados por dia a partir do quarto trimestre de 2022, há expectativa de criar cerca de 2 mil e 600 novos empregos diretos. Darlan José Carvalho, diretor de Negócios da JBS no Paraná, ressalta que o Estado é prioridade na expansão dos negócios da empresa.// SONORA DARLAN JOSÉ CARVALHO.//
Na industrialização, há perspectivas de novos investimentos também por parte da BRF, Coopavel, Copacol, Frísia, Castrolanda, C.Vale e diversas outras cooperativas e empresas, montante que ultrapassa 2 bilhões de reais apenas neste ano, no cálculo da Ocepar. (Repórter: Rudi Bagatini)