Com energia solar, piscicultores reduzem custo, aumentam produção e modernizam propriedade

24/09/2024
A vida do casal Finckler nunca foi fácil. Seu Marino, de 64 anos, e Dona Noemia, de 52, trabalharam por quase três décadas em granjas de porcos. Depois de tanto esforço e uma lesão na coluna de Noemia, eles decidiram mudar o rumo da vida no campo. Há sete anos, compraram uma pequena chácara em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná. Sem saber muito sobre piscicultura, o casal arriscou investir na criação de tilápias, espécie que faz do Paraná o maior produtor do Brasil. Para isso, contaram com o apoio de técnicos do IDR-Paraná e de fornecedores. O programa Paraná Energia Rural Renovável, o RenovaPR, do Governo do Estado, também teve um papel importante, ajudando o casal a instalar placas solares com juro zero no financiamento, o que possibilitou a automatização e redução de custos na propriedade, como explica o piscicultor. Ele conta que foi justamente esse apoio técnico no IDR que deu o start para que o casal visse na produção de energia uma maneira de se manter no campo. // SONORA MARINO FINCKLER //

A propriedade de Marino e Noemia possui dois tanques capazes de produzir até 65 mil tilápias. Antes, o casal gastava cerca de 2 mil reais por mês em energia elétrica, mas com menos peixes. Se a produção fosse total, a conta chegaria a 7 ou 8 mil reais. O piscicultor destaca o aumento na produção alinhado à economia de energia. // SONORA MARINO FINCKLER //

Marino financiou 96 placas solares, com juros zero pelo programa RenovaPR, ao valor de 165 mil reais. Com isso, a parcela anual do financiamento das placas é de 16,5 mil reais, enquanto a conta de luz anual seria de 84 mil reais, uma economia de 80%. Além de aumentar a produção, a redução na conta de luz e o financiamento sem juros permitiram que o casal Finckler investisse em equipamentos para otimizar a propriedade. Eles financiaram um gerador de energia e sondas pelo Banco do Agricultor e instalaram aeradores, que aumentam o oxigênio nos tanques. O casal decidiu investir em mais 48 placas solares, totalizando 144. Com a energia excedente nos meses de menor demanda, podem reduzir a conta em períodos de alta produção, quando os peixes superam 400 gramas. Apesar das temperaturas mais elevadas na região, cuidados redobrados são necessários em dias frios, já que a produção de alevinos ocorre entre novembro e abril. Perder peixes fora desse período significa prejuízo. Nos dias frios, os peixes se movimentam menos, por isso é importante oferecer porções menores de ração, o que ajuda na digestão e evita perdas. A permanência na área rural, com uma produção rentável, Marino credita ao RenovaPR. // SONORA MARINO FINCKLER //

O Paraná é o maior produtor de peixes do Brasil, com destaque para a região Oeste. Toledo é o principal produtor, com valor bruto de produção de 1 bilhão e 80 milhões de reais, representando 52,7% do total estadual. Marechal Cândido Rondon, a 40 quilômetros de Toledo, também está entre as maiores produtoras. Em 2023, 364 dos 399 municípios paranaenses registraram atividade de piscicultura, sendo que os 10 maiores concentraram 58% do valor bruto de produção no Estado. (Repórter: Gabriel Ramos)