Com apoio de voluntários e helicóptero, IAT retira 58 hectares de pinus do Guartelá

02/09/2024
O IAT fez uma ação pioneira de remoção de espécies exóticas e invasoras no Estado no fim de semana. Com o uso do helicóptero exclusivo do órgão ambiental, uma equipe do Instituto retirou no sábado a planta pinus de uma área total de 30 hectares em encostas próximas do Parque Estadual do Guartelá, em Tibagi, nos Campos Gerais, local que também coincide com a Reserva Particular do Patrimônio Natural de Itaytyba. Depois, no domingo, o grupo também removeu a planta por terra em uma área de 28 hectares ao sul da Parque, no setor conhecido como Coroa. O helicóptero foi usado para levar a equipe para uma seção de difícil acesso no meio do cânion do Guartelá. A área, chamada de Campo Alto da Itaytyba, é uma formação rodeada por grandes desníveis, podendo ser descrita como "ilha" alta de cerca de 150 hectares. Com a aeronave, os técnicos puderam descer de rapel de uma seção mais alta para retirar a espécie da região. As ações seguem um cronograma específico estabelecido pelo Instituto e contaram com o apoio de 17 voluntários, entre técnicos do escritório regional de Ponta Grossa do IAT, integrantes da Iniciativa Campos Gerais e escaladores especializados fornecidos pela empresa Rumo Logística. O técnico do IAT responsável pelo Parque Estadual do Guartelá, Juarez Baskoski, destacou a cooperação neste trabalho. // SONORA JUAREZ BASKOSKI //

De acordo com o Programa do Estado do Paraná para Espécies Exóticas Invasoras, desenvolvido pelo IAT, essa invasão biológica é considerada a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo, a primeira em ilhas e Unidades de Conservação. O pinus é uma espécie de pinheiro da América do Norte, inserido no Brasil há mais de um século para fins ornamentais. Porém, desde 1960, é cultivado em larga escala comercial como matéria-prima em indústrias de madeira, laminados, resina, celulose e papel, especialmente no Sul e Sudeste. A dificuldade do controle do pinus se dá pela anatomia das sementes. Elas são leves e possuem um formato que favorece a aerodinâmica para voarem até oito quilômetros de distância da chamada árvore-mãe. Essa dispersão, quando descontrolada, é prejudicial, pois os galhos que caem da árvore, parecidos com um capim, sufocam e impedem a proliferação da vegetação nativa. (Repórter: Gustavo Vaz)