Buscas na BR-376 tem câmeras de calor e equipes em solo

30/11/2022
As equipes de segurança que prestam atendimento no local de deslizamento na BR-376, no Litoral do Paraná, mantêm as buscas mesmo com o mau tempo no local. Estão sendo utilizados guinchos, cães treinados e drones com câmera com identificação térmica para encontrar sinais de vida. O equipamento, porém, não conseguiu resultados na identificação. O trabalho tem sido feito de forma cautelosa, já que as chuvas permanentes ampliam os perigos de novos desmoronamentos na área.  Representantes do gabinete de crise instituído para acompanhar a tragédia concederam uma nova entrevista coletiva nesta quarta-feira para atualizar as informações. O Corpo de Bombeiros conseguiu fazer a retirada de uma carreta e três veículos que estavam na parte superior da pista. O corpo da segunda pessoa, que teve o óbito confirmado ainda na terça-feira, foi retirado do local nesta manhã e encaminhado para Curitiba. O incidente envolveu 10 veículos de passeio e seis carretas. A estimativa inicial é que 30 pessoas estejam desaparecidas. O Corpo de Bombeiros também descartou a informação de que um ônibus estivesse entre os veículos soterrados. Segundo o último boletim oficial, seis pessoas foram resgatadas com vida. O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Vasco, explicou que a equipe permanece no local desde o início dos atendimentos e a avaliação de risco continua sendo feita. //SONORA MANOEL VASCO//

A Polícia Científica conseguiu identificar uma das vítimas e já fez o contato com a família. Se trata de João Maria Pires, de 60 anos, natural de São Francisco do Sul, Santa Catarina. O corpo da segunda vítima vai passar por perícia no IML. A instituição trabalha com o protocolo Identificação de Vítimas de Desastres, DVI, código internacional desenvolvido pela Interpol que facilita o atendimento em tragédias como esta. Foi aberto um canal direto com os familiares e conhecidos de pessoas que poderiam estar no local do deslizamento, o que pode ajudar na identificação das vítimas. Até o momento, 19 pessoas tinham entrado em contato com a Central de Atendimento da Polícia Científica, no telefone (41) 3361-7242, para passar as informações. O serviço funciona 24 horas. Além disso, outras informações sobre o evento podem ser obtidas pelo telefone do Centro de Operações Cidade da Polícia, no 0800-282-8082. O perito André Langowiski, que dirige a comissão de DVI, explicou que a Polícia Científica do Paraná é um dos centros que utiliza esse protocolo internacional em diferentes emergências. //SONORA ANDRÉ LANGOWISKI//

Langowiski afirmou que pela natureza desse desastre, não deve ter dificuldade na identificação das vítimas. //SONORA ANDRÉ LANGOWISKI//

A Coordenadoria Estadual da Defesa Civil, que conta com um grupo de engenheiros e geólogos fazendo a avaliação da área do deslizamento para a liberação das equipes de resgate, identificou outros dez pontos de deslocamento de terra em locais próximos ao km 669 da BR-376, onde ocorreu o deslizamento.  Juntamente com a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná, a coordenadoria está prestando auxílio aos motoristas parados nas barreiras nas estradas, com a distribuição de alimentos, água e itens de higiene. Em outra frente, em parceria com a Defesa Civil de Curitiba, o órgão conseguiu a liberação de dois abrigos para atender passageiros que estavam na Rodoviária de Curitiba esperando para embarcar para Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, mas que não conseguiram por causa da interrupção nas rodovias. Além dos deslizamentos, as chuvas fortes também causaram inundações e enxurradas em outros municípios do Litoral e da Região Metropolitana, e o órgão está atuando para prestar o apoio às famílias atingidas e distribuir itens de ajuda humanitária. O superintendente da Polícia Rodoviária Federal no Paraná, Antonio Paim, afirmou que ainda não há previsão de liberação da pista. //SONORA ANTONIO PAIM//

Os bloqueios na BR-376 são na praça de pedágio em São José dos Pinhais, sentido Santa Catarina, no km 635, e em Garuva, sentido Curitiba, no km 1. No momento, o único trajeto disponível para acessar o litoral paranaense é pela BR-116, sentido Rio Negro, seguindo para Joinville antes de retornar ao Paraná, passando por Garuva. (Repórter: Flávio Rehme)