Biobanco da Universidade Estadual de Londrina acumula 300 dentes humanos doados

13/06/2019
O dente humano é um órgão que, quando retirado, pode ser doado para pesquisas e práticas de ensino. Essa é a função do Biobanco de Dentes Humanos, da Clínica Odontológica Universitária da UEL, a Universidade Estadual de Londrina, que já acumula 300 dentes doados por pacientes da própria clínica. O trabalho de coleta dos dentes começou em março deste ano. A captação é feita com autorização do paciente, que passou por procedimentos em quatro pontos de coleta na clínica, no Câmpus Universitário. Os dentes recolhidos são estocados em refrigeradores e mergulhados em líquido para esterilização e hidratação. Eles são usados em práticas de ensino dos alunos do curso de Odontologia, do Centro de Ciências da Saúde. A expectativa é investir em pesquisas com dentes humanos, inclusive na área de células-tronco, como já é feito em outros 64 bancos vinculados às principais faculdades de Odontologia do país. Cadastrado como projeto de extensão e ligado ao Departamento de Odontologia Restauradora, o Biobanco de Dentes é coordenado pelo professor Wagner José Silva Ursi, do Departamento de Odontologia Restauradora. Hoje, os alunos trabalham com dentes de acrílico e de boi para diversos procedimentos. O objetivo é ter habilidades motoras essenciais para a prática profissional. Um dos motivos para usar dentes de animais e protótipos é que atividades e pesquisas que envolvem dentes humanos só podem ser feitas com aprovação do Conselho de Ética. Uma etapa futura prevê pesquisas e projetos em dentes humanos. Para os estudos com células-tronco, em específico, é preciso fazer a coleta de dentes decíduos, conhecidos como dentes de leite. As primeiras pesquisas com a célula-tronco da polpa dentária no país apontaram que elas são capazes de acelerar o processo de regeneração óssea do crânio. Atualmente, essas células têm sido usadas também em estudos sobre doenças genéticas como fissuras lábio-palatinas e autismo. Esses trabalhos também mostram que uma das vantagens da polpa dentária é que o procedimento é minimamente invasivo, quando comparado a outros que retiram a célula-tronco de fontes como o cordão umbilical e a medula óssea. O Biobanco de Dentes Humanos da UEL faz a coleta dos dentes todas às quintas-feiras, em procedimentos no Pronto-Socorro 24 horas, Centro de Especialidades Odontológicas e nos Ambulatórios dos 4º e 5º anos do curso. Além disso, ele também recebe a doação de todos os tipos de dentes. Os interessados em doar podem entregar o material no Câmpus Universitário, na Rodovia Celso Garcia Cid, a PR-445, no quilômetro 380. (Repórter: Priscila Paganotto)