Balas, pescados e cachaça: a riqueza dos produtos paranaenses do Litoral

01/01/2021
Ir a Antonina e não provar a famosa bala de banana da cidade. Ir a Morretes e não provar uma das inúmeras cachaças produzidas na região. Visitar Paranaguá, Guaratuba ou Guaraqueçaba e não se deliciar com as ostras produzidas por lá. É difícil quem já frequentou o litoral paranaense e nunca provou pelo menos uma destas delícias. Produzida em Antonina, a bala de banana começa a ganhar novos mercados para além da Estrada da Graciosa. Já ocupa prateleiras e gôndolas em outros estados do País, chamando a atenção para um produto tipicamente Feito no Paraná. Boa parte desta ascensão passa pelas mãos da bióloga Rafaela Takasaki Corrêa. Há oito anos é ela quem comanda a fábrica familiar, gerenciando uma turma de 15 funcionários responsáveis por industrializar a receita caseira. O planejamento, como ela conta, é fazer com que a bala chegue a novos clientes, rompendo definitivamente as divisas do Estado. Hoje, segundo Rafaela, o mercado da empresa ainda está concentrado no Litoral, Curitiba e Região Metropolitana. A região compra cerca de 90% da produção, estimada em 800 quilos por dia. Para isso, além dos atacadistas e transportadoras parceiros, ela aposta no comércio eletrônico.// SONORA RAFAELA TAKASAKI CORRÊA.//
Já a região de Morretes tem tradição antiga quando o assunto é cachaça. A cidade chegou a ser um dos polos mais importantes de produção da bebida no Brasil. A cidade já teve mais de 50 alambiques, que produziam um milhão de litros de cachaça. Quando Fulgêncio Torres e a esposa Gisele Busnardo deixaram os empregos em uma grande multinacional, só tinham uma certeza: queriam desenvolver um produto que fosse a cara do Brasil. Foi assim que nasceu, em 2004, a Porto Morretes, um alambique situado em Morretes, no Litoral do Estado, e que produz cachaça orgânica. A empresa produz a cana, colhe, fermenta e envelhece a bebida. Em 2020, produziu 120 mil litros de cachaça. Atualmente, 70% da produção do alambique é destinada ao mercado externo. O maior volume é destinado aos Estados Unidos. Mas a bebida também é encontrada nos mercados do Litoral e em Curitiba. Para 2021, a empresa pretende ampliar a produção, chegando a 180 mil litros de cachaça. Fulgêncio destaca que a qualidade dos produtos já garantiu diversas premiações à empresa, inclusive internacionais.// SONORA FULGÊNCIO TORRES.//
Quanto à pesca artesanal, principal atividade do litoral paranaense, a produção de ostras é uma das mais rentáveis alternativas de complementação de renda dos pescadores paranaenses. A pesca de ostras rende cerca de 2 milhões de reais aos pescadores do litoral por ano. A produção paranaense é de 160 mil dúzias de ostras nativas por ano, que abastecem os mercados regionais, restaurantes e principalmente a Região Metropolitana de Curitiba. São três áreas de cultivos de ostras nativas no Estado, localizadas nos municípios de Guaratuba, Paranaguá e Guaraqueçaba. Desde 2010, estas áreas estão legalizadas através de projetos de licenciamentos ambientais, técnicos e de fomentos, elaborados pelo IDR-Paraná, beneficiando cerca de 100 famílias de pescadores. O Governo do Estado criou o projeto Feito no Paraná, que busca dar mais visibilidade para a produção estadual. O objetivo é estimular a valorização e a compra de mercadorias paranaenses, movimentar a economia e promover a geração de emprego e renda. Empresas paranaenses interessadas em participar do programa podem se cadastrar no site feitonoparana.pr.gov.br. (Repórter: Amanda Laynes)