Associação Comercial do Paraná contesta reajuste salarial e defende menos gastos no Estado
10/07/2019
A ACP, Associação Comercial do Paraná, divulgou, nesta quarta-feira, uma carta aberta em que contesta o movimento pedindo o reajuste de salários por parte dos servidores estaduais. O manifesto também defende o controle rigoroso nos gastos públicos. Conforme a carta divulgada, a ACP chama a atenção que, se não houver agora um rigor extremo no controle das despesas, o panorama que se desenha para o futuro é sombrio e o Paraná vai entrar no clube das federadas brasileiras altamente comprometidas com déficits fiscais. Segundo a Associação, o Paraná tem 72% da receita comprometida com a folha e, assim como grande parte dos Estados brasileiros, segue uma trajetória insustentável de aumento das despesas públicas com o pagamento de salários e proventos, em detrimento de investimentos em infraestrutura. O documento da ACP relata o processo de negociação do Estado com os servidores e detalha a proposta de reajuste apresentada ao funcionalismo. A entidade, contudo, entende que não é momento de reajuste de vencimentos no setor público, pois essa conta, o Estado e a Sociedade não têm como pagar. Ainda segundo a entidade, o País enfrenta uma crise no setor privado, decorrente da economia estagnada, com consequentemente decréscimo da renda e da oferta de empregos, fechamento de empresas, especialmente do setor do comércio varejista, com repercussões negativas nas plantas industriais. A carta aberta também alerta que o Paraná não está em situação semelhante a outros estados por conta de um ajuste fiscal que penalizou a sociedade. De acordo com o registro, a situação só não é mais grave até agora porque a sociedade paranaense arcou com o ônus de um significativo aumento da carga tributária, mas não existe mais essa possibilidade e o ajuste, agora, só pode ser feito pelo lado das despesas. (Repórter: Priscila Paganotto)