Artista Marcelo Le se inspira na tragédia de Brumadinho para recriar mural no Museu Casa Alfredo Andersen, em Curitiba

10/02/2020
Uma das paredes do pátio interno do Museu Casa Alfredo Andersen, em Curitiba, está ganhando traços novos e ainda mais instigantes. Por conta do rompimento da Barreira de Mariana, em Minas Gerais, que ocorreu em 5 de novembro de 2015 e deixou um rastro fatal de 19 mortos, foi criado um grande mural a seis mãos, pelos artistas Marcelo Le, Luiz Lavalle e Bruno Romã. À época não se imaginava que pouco tempo depois, em janeiro de 2019, no município de Brumadinho, também em Minas Gerais, se romperia outra barragem, causando uma tragédia ainda maior, com um número total de 270 vítimas fatais. Como a pintura nos muros internos do Museu já começava a apresentar sinais de desgaste pela ação das condições climáticas, Marcelo Le, com o apoio da direção do museu, decidiu não apenas retocar a obra, mas ampliá-la, contemplando os fatos ocorridos no ano passado, e acrescentando a ela uma nova narrativa. O trabalho produzido por Marcelo Le apresenta referências do cubismo de artistas como os espanhóis Pablo Picasso e Juan Miró, e o abstracionismo do russo Kandinski, mas também da arte e da literatura de cordel no Nordeste brasileiro. Marcelo realiza o trabalho voluntariamente, com recursos próprios. O Museu Casa Alfredo Andersen fica na Rua Mateus Leme, número 336, no Centro de Curitiba. A visitação fica aberta entre terça a sexta-feira das 9 da manhã às seis da tarde. Sábados, domingos e feriados das 10 da manhã às quatro da tarde. A entrada é gratuita. (Repórter: Amanda Laynes)