Áreas preservadas pela Copel são refúgio para grandes mamíferos ameaçados de extinção

02/10/2024
A Serra do Mar no Paraná abriga grandes mamíferos, incluindo espécies vulneráveis, que estão sendo monitoradas com câmeras que capturam imagens quando os animais passam. As câmeras instaladas em áreas preservadas pela Copel já registraram 24 espécies, como o gato-maracajá, a anta e a queixada, todas em risco de extinção. Essas áreas fazem parte do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, coordenado pelo Instituto Manacá e o Instituto de Pesquisas Cananéia. O objetivo é obter registros periódicos da presença desses animais na Mata Atlântica. Os vídeos do ciclo mais recente de monitoramento mostram fêmeas com filhotes e indivíduos jovens. A bióloga da Copel, Vanessa Barreto da Silva, explica que algumas espécies são indicadores de conservação ambiental. // SONORA VANESSA BARRETO //

Atualmente, a Copel preserva mais de 10 mil hectares de Mata Atlântica em uma porção da Serra do Mar paranaense. A área abrange os municípios de São José dos Pinhais, Guaratuba, Piraquara e Morretes, inserida no maior contínuo conservado desse bioma, que possui uma das mais altas taxas de biodiversidade do planeta. Essas áreas representam importantes refúgios da fauna e da flora nativa. Ao integrar a Rede de Monitoramento e aderir à iniciativa, em 2021, a Copel passou a ter as áreas monitoradas de modo estruturado e sistemático com câmeras específicas que funcionam como armadilhas fotográficas. Desde que se iniciou o trabalho da Rede nas áreas da Companhia, foram registradas 24 espécies de mamíferos. O registro de espécies classificadas como ameaçadas de extinção é um ótimo indicativo da relevância que esses remanescentes florestais representam para a conservação da biodiversidade. Dentre os animais ameaçados encontrados nas áreas da Copel estão a anta e a queixada, ambas na categoria "Criticamente em perigo" na Lista da Fauna Ameaçada de Extinção do Estado do Paraná, e na categoria "Vulnerável" nas listas Nacional e Internacional. No entanto, chama a atenção dos pesquisadores a quantidade de registros de cães domésticos nessas áreas, o que pode indicar atividades de caça ou extração de outros recursos florestais, como o palmito. A pressão das atividades humanas, especialmente da caça, no entorno desses remanescentes florestais é um fator negativo para a conservação de grandes mamíferos. (Repórter: Gabriel Ramos)