Aprovados por pais e alunos, colégios cívico-militares mudam realidade de comunidades do Paraná

18/03/2025
O Colégio Estadual Beatriz Faria Ansay, no Tatuquara, em Curitiba, mudou ao longo dos últimos tempos, desde que adotou o modelo cívico-militar. A unidade é um dos 312 colégios da rede estadual que funcionam há mais de um ano neste sistema, em que monitores militares atuam em parceria com a equipe pedagógica da escola. É o maior número do Brasil. Sandy Alvez de Paula, que estudou na escola até 2010 e que atualmente tem um filho matriculado no colégio, ressaltou a diferença da época dela para o modelo atual. // SONORA SANDY ALVEZ DE PAULA //

O diretor do Colégio, Sandro Mira Júnior, afirma que hoje o Beatriz Ansay é uma referência para a comunidade. // SONORA SANDRO MIRA JÚNIOR //

Segundo a Secretaria de Educação, em 2023, a nota do Ideb das escolas cívico-militares foi de 5,43 nos anos finais do ensino fundamental e de 4,75 no ensino médio, com desempenho superior à rede estadual geral, que teve médias de 5,3 no fundamental e de 4,63 no médio. Por causa desta evolução, o Colégio Estadual Beatriz Faria Ansay, que conta com 1.900 alunos, tem 350 crianças e adolescentes na fila de espera por uma matrícula. Antes do modelo, a escola tinha apenas 600 estudantes. Gabrielly Aleixo, de 17 anos, está no 3º ano do ensino médio. Mesmo morando na região, a família dela achava melhor que ela estudasse em um colégio a 10 quilômetros de casa para não ter que frequentar a escola que tinha má fama. Com a adoção do novo modelo, o colégio voltou a ser uma opção. // SONORA GABRIELLY ALEIXO //

Ao todo, esses colégios têm 191 mil matriculados, com uma fila de espera de quase 11 mil pessoas. Os critérios para seleção são os mesmos das demais escolas da rede, em que são levados em conta a distância da casa do aluno e se a criança tem irmãos estudando no local, entre outros. Para que a mudança aconteça, ela precisa ser referendada em uma consulta pública em que pais, funcionários, professores e alunos maiores de 18 anos votam. Com a adesão, as escolas passam a ter um policial militar da reserva atuando na parte disciplinar. No programa desses colégios, os estudantes também são premiados com certificados e medalhas pelo desempenho. Gisele Grossman é mãe de uma aluna do Colégio Estadual Primeiro Centenário, de Campo Largo, que conquistou uma medalha por ter tirado nota máxima em todas as disciplinas ao longo de três trimestres seguidos. // SONORA GISELE GROSSMAN //

A diretora Roselaine Lachovistz conta que, com a adoção do modelo em 2021, o Colégio se transformou em um exemplo para a cidade. // SONORA ROSELAINE LACHOVISTZ //

A aluna Millena Ramos, de 14 anos, se sente orgulhosa com os avanços do local onde estuda. // SONORA MILLENA RAMOS //

Com o sucesso, outras três escolas da cidade optaram pelo modelo quando uma nova consulta foi aberta, em 2023. Outra escola de Balsa Nova, município vizinho, também optou pela mudança. (Repórter: Gustavo Vaz)