Antropologia forense usa métodos técnicos e científicos para desvendar uma identidade

04/06/2021
O Instituto Médico Legal do Paraná trabalha sem descanso para desvendar a identidade de uma vítima de homicídio ou do autor do crime. São diversos setores, várias tecnologias, especialistas debruçados no que há de mais concreto e científico na busca da identificação. Uma dessas especialidades é a antropologia forense, que tem por objetivo apontar a autoria de um crime ou o reconhecimento de uma vítima, por meio de processos técnicos, científicos e sistematizados. A antropologia forense realiza perícias em ossadas, especialmente em humanas, completas ou não, visando características anatômicas que permitam estimar a real causa da morte e o tempo dela decorrido, o sexo, a idade, estatura e demais elementos que caracterizem uma determinada pessoa e conseguir, com essas metodologias, sua identificação civil. É um serviço à disposição das autoridades policiais e judiciárias, colaborando de forma essencial para o esclarecimento de causas criminais. O médico legista Porcidio Vilani, chefe da Antropologia Forense do IML do Paraná, explica como esse trabalho é realizado.// SONORA PORCIDIO VILANI.//


Foi justamente por meio da pesquisa científica que a antropologia forense do IML buscou um programa de computador que faz a reconstrução digital e mostra qual era o rosto de uma pessoa desaparecida sem o auxílio de nenhuma foto, somente a partir do crânio encontrado. A identificação da face é feita através de pontos mensurados nos ossos, por meio de sobreposição de imagens. Responsável pela formação da equipe, o médico legista Porcidio Vilani explica que todo o trabalho desenvolvido pelo Setor de Antropologia Forense envolve a identificação de pessoas desaparecidas na intenção de auxiliar a polícia, a justiça e a sociedade na resolução de um crime. Para o especialista, dar uma satisfação para as famílias envolvidas é o que realmente move as pesquisas do setor.// SONORA PORCIDIO VILANI.//



Atualmente há quatro formas de identificar uma ossada: as impressões digitais, a identificação pelas arcadas dentárias, o prontuário médico-hospitalar e o exame de DNA. Nem sempre é possível aplicar esses métodos. Eles trabalham com bases comparativas e, dependendo do estado em que se encontra o material analisado, o trabalho de identificação não é possível. O Setor de Antropologia Forense utiliza hoje com um quinto método de identificação: a arte forense. O trabalho é desenvolvido por um artista forense e uma equipe multidisciplinar que conta com médicos legistas, toxicologista, odontologistas forenses, preparador de ossos e peritos dos Institutos de Identificação e Criminalística. Tudo isso possibilita um direcionamento bastante específico na construção da imagem da pessoa ainda não identificada, além do trabalho pericial na elaboração do laudo com as características encontradas na análise das peças ósseas. Outro programa de computador permite à equipe fazer uma somatória de detalhes verificados a partir do crânio e do exame feito na ossada, quando existe, ajudando a direcionar para estimativas da idade, raça, altura, sexo, a causa da morte e até mesmo a possível arma usada no crime. (Repórter: Rudi Bagatini)