Alambiques sustentáveis e identidade impulsionam tradição da cachaça de Morretes

18/12/2023
Morretes, no Litoral do Paraná, preserva uma ligação íntima com a produção da cachaça que se confunde com a sua própria história. Esta relação foi reforçada no início de dezembro, quando o Instituto Nacional de Propriedade Industrial reconheceu a aguardente de cana e a cachaça de Morretes como o 13º produto com Indicação Geográfica do Paraná. A certificação contempla três cachaçarias da região que se comprometem a produzir a cachaça em alambiques, abrindo mão do processo industrial em grande escala, e seguindo parâmetros rígidos de rastreabilidade do produto. O modelo preserva as características que fizeram da bebida produzida em Morretes uma referência nacional. O presidente da Associação dos Produtores de Cachaça de Morretes e proprietário da cachaça Ouro de Morretes, Sadi Poletto, explica que existem dois tipos de cachaça. // SONORA SADI POLETTO //

A gerente de produção da Agroecológica Marumbi, que faz a cachaça Porto Morretes, Gisele Abreu, explica que a cana é cortada e colhida manualmente. Depois disso, ela é levada até uma área onde é moída. O bagaço é separado para ser queimado e o caldo é extraído, filtrado e reservado para passar por um processo de diluição para que todo o líquido seja homogeneizado a um mesmo percentual de açúcar, a 15%. // SONORA GISELE ABREU //

O modo de produção das cachaças de Morretes que têm direito a usar o selo de Indicação Geográfica é totalmente orgânico, sem uso de defensivos agrícolas para a cultura da cana. O processo de fabricação da bebida também é feito de maneira sustentável. De acordo com a gerente de produção da Agroecológica Marumbi, a empresa trabalha com o conceito de resíduo zero. O proprietário da cachaça Magia da Serra, José Carlos Posses, explica que é um processo sustentável que utiliza pouca energia. // SONORA JOSÉ CARLOS POSSES //

Para Camila Simas, proprietária do restaurante Empório do Largo, a cachaça é um elemento do cardápio que ajuda na imersão dos turistas que vão à cidade. // SONORA CAMILA SIMAS //

A empresária usa as bebidas com IG na produção de drinques, como uma bebida com maracujá e mel locais, e para flambar uma sobremesa de banana, outra fruta típica da região. (Repórter: Nathália Gonçalves)