Agropecuária foi base de sustentação da balança comercial
24/12/2020
A agropecuária paranaense sofreu em 2020 os efeitos da estiagem, uma das mais severas dos últimos 100 anos, segundo o Simepar. Além da escassez de chuvas, o setor sentiu os impactos da pandemia que provocou paralisação de atividades, alterações de consumo e influenciou, de forma contundente, a comercialização de produtos. Mesmo assim, o setor superou os desafios, e o resultado positivo da balança comercial mostrou que o agronegócio foi a principal base de sustentação. De acordo com o Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, as três safras cultivadas no Estado renderam um total de 40 milhões e 570 mil toneladas, volume 13% acima da anterior. No acumulado, a área ocupada chegou a quase 10 milhões de hectares. Para a safra 2020/21, que está sendo plantada com atraso pela escassez de chuvas, a estimativa é de produção de 24 milhões e 300 mil toneladas para a primeira etapa que começa a ser colhida em janeiro de 2021. Algumas culturas com perspectiva de crescimento na área plantada foram influenciadas pelos bons preços. A área ocupada alcançou 6 milhões e 100 mil hectares. Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, mesmo passando pela estiagem prolongada, o resultado da safra de grãos no Estado foi surpreendente, tanto em volume como em valor de venda. Os produtores se beneficiaram do aumento das cotações do dólar, já que a maioria dos produtos cultivados no Paraná é commodities. Para coroar o bom desempenho das lavouras, a comercialização do grão foi uma das melhores dos últimos anos para os produtores. O aumento de produtividade surpreendeu também os analistas do Departamento de Economia Rural, conforme explica Salatiel Turra, chefe do Deral.// SONORA SALATIEL TURRA.// Houve perdas nas culturas da segunda safra, em decorrência da falta de chuvas, mas a maior parte teve bons preços pagos aos produtores. Além disso, o fluxo foi rápido, sobretudo na soja, que teve sucessivos recordes de embarque nos últimos meses. Reflexo da alta do dólar, que deixou mais atrativos os preços das commodities. Para se ter uma ideia, os principais produtos cultivados no Estado, como soja e milho, tiveram valorização de quase 100%. A saca de soja, com 60 quilos, chegou a ser cotada a 150 reais. E o preço do milho atingiu 75 reais a saca. Com isso, o Deral já projeta um Valor Bruto da Produção acima de 115 bilhões de reais, capitaneado pela soja, que teve safra recorde este ano. De acordo com Salatiel Turra, a disparada nos preços foi causada, em termos internacionais, pela China, que está comprando muitos grãos e carnes.// SONORA SALATIEL TURRA.// A safra de grãos de verão 19/20 rendeu 24 milhões e 300 mil toneladas de grãos, volume 26% acima do igual período do ano anterior. Na safra de inverno, houve uma melhora no clima, que se refletiu no desempenho. O resultado deste ano foi 40% maior que em igual período de 2019, passando de 2 milhões e 750 mil toneladas para 3 milhões e 800 mil toneladas, um aumento de mais de um milhão de toneladas de grãos. (Repórter: Amanda Laynes)