Acordo Mercosul-União Europeia valoriza produtos típicos paranaenses
19/07/2019
O acordo de livre comércio firmado recentemente entre o Mercosul e a União Europeia deve abrir novos mercados para produtos típicos paranaenses que têm o registro de Indicação Geográfica. O bloco europeu reconheceu, na semana passada, 36 Indicações Geográficas de produtos agrícolas brasileiros, dos quais seis são do Paraná. O café do Norte Pioneiro, a erva-mate de São Mateus do Sul, as uvas finas de mesa de Marialva, a goiaba de Carlópolis e o mel de Ortigueira e do Oeste do Paraná vão ter os nomes protegidos. Isso significa que mercadorias com esses nomes só podem ser comercializadas no Mercosul e na União Europeia se tiverem sido produzidas nessas Regiões específicas. O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, ressalta que o acordo abre uma perspectiva para ampliar o comércio do Cone Sul com o grande mercado consumidor europeu.// SONORA NORBERTO ORTIGARA//O registro de Indicação Geográfica é conferido a produtos ou serviços característicos do local de origem, por terem identidade única em função dos recursos naturais usados, como solo, vegetação e clima, e o processo de fabricação. O processo para reconhecimento desses produtos começou em 2007, capitaneado pelo Sebrae. A Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento é parceira do projeto, por meio do Iapar e da Emater, que auxiliam no processo de diagnóstico e identificação dos produtos típicos, além de prestar auxílio aos produtores. Para o coordenador do Fórum Origem Paraná, Helinton Lugarini, mais do que a proteção da marca, o acordo dá visibilidade aos produtos típicos no mercado que mais valoriza o registro de Indicação Geográfica.// SONORA HELINTON LUGARINI//O acordo com a União Europeia encurta caminhos para os produtos de origem, já que só o registro de Indicação Geográfica não garantia, até então, a venda no mercado europeu. O bloco exige outras certificações, como o Global GAP, um protocolo para a entrada de produtos primários produzidos de forma segura e sustentável, e o Fair Trade, ou Comércio Justo, que chancela práticas comerciais éticas. Produtores de Carlópolis já conseguiram a certificação Global GAP para comercializar a goiaba. No Paraná, além dos que tiveram o nome protegido no acordo, há também os queijos da Colônia de Witmarsum, em Palmeira e cinco produtos estão com processos abertos: o melado e o açúcar mascavo de Capanema, a farinha, o barreado e a cachaça do Litoral. Segundo a coordenadora Estadual de Agronegócio, Alimentos e Bebidas do Sebrae Paraná, Andréia Claudino, o acordo de livre comércio deve influenciar no pedido de novas Indicações Geográficas no Estado de produtos que também têm potencial.// SONORA ANDRÉIA CLAUDINO//De acordo com o Ministério da Agricultura, foram negociadas a manutenção de alguns nomes de bebidas e alimentos que são produzidos no Mercosul, mas têm o registro de origem em regiões específicas da Europa. O conhaque pode ser usado pelos países sul-americanos nos rótulos por 7 anos e o prosecco por 12 anos. Depois desse período, é preciso mudar os nomes. Apenas no caso do parmesão e do gorgonzola, as empresas registradas até 2017 podem continuar usando os nomes nos produtos. (Repórter: Priscila Paganotto)