Ações integradas reduzem propagação da Covid entre presos

29/07/2020
Desde março, o Governo do Estado vem adotando medidas de prevenção para evitar a proliferação de casos da Covid-19 na população carcerária. Em quatro meses, apenas 0,7% dos 30 mil detentos no sistema prisional do Estado foram infectados e a maioria apresentou sintomas leves. O Plano de Ação Integrada para Enfrentamento ao Covid-19 nas carceragens e delegacias de Polícia e Penitenciárias do Estado do Paraná é executado em conjunto pelas Secretarias de Estado da Segurança e Saúde. Além disso, conta com atuação da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná e Fundação Araucária, que contrataram, via chamamento público, bolsistas que estão atuando nas unidades. Foram montadas oito sentinelas no Estado, que estão trabalhando para evitar a entrada de pessoas infectadas no sistema prisional. Cada preso que entra no sistema fica em quarentena, por 14 dias, antes de ser liberado para interagir com os demais. A Secretaria Estadual da Saúde disponibilizou funcionários para atuar nas unidades sentinelas, monitorando os bolsistas contratados. O Programa de Apoio Institucional para Ações de Prevenção e Cuidados diante da Pandemia do Novo Coronavírus abriu 1.064 vagas para contratação de bolsistas e investimento de 8 milhões de reais. Profissionais de saúde e estudantes de diferentes cursos foram selecionados por meio de edital. Até agora, cerca de 700 bolsistas já estão contratados e trabalhando em diversas frentes, entre elas delegacias e unidades prisionais. Em Umuarama, uma parceria firmada com a Universidade Estadual de Maringá permitiu que todas as unidades prisionais dos municípios que integram a 12ª Regional de Saúde, de Umuarama, passassem a ser monitoradas. Juliana Scanavaca, professora da Universidade Estadual de Maringá e coordenadora adjunta do projeto de extensão de combate à pandemia, é responsável por monitorar a atuação dos bolsistas nas regionais de Cianorte e Umuarama.// SONORA JULIANA SCANAVACA.//


Segundo o coordenador regional do Departamento Penitenciário em Maringá, Luciano Brito, na Cadeia Pública de Umuarama, a rotina de trabalho da enfermeira e da técnica em enfermagem inclui a coleta diária de sinais vitais dos presos da triagem e a de informações a respeito de sintomas gripais. Em caso de necessidade, conforme demanda, presos das cadeias públicas de Pérola, Iporã, Alto Piquiri, Altonia e Icaraíma também são atendidos por meio desta parceria.// SONORA LUCIANO BRITO.//
Uma das medidas tomadas para minimizar os casos de Covid entre os presos foi a restrição de visitas e ampliação das visitas eletrônicas. O sistema existe desde 2018, mas era implantado em apenas algumas unidades da Região Metropolitana de Curitiba. Com a pandemia, a funcionalidade foi ampliada para 43 locais no Estado, incluindo todas as regionais do Depen. As visitas têm durado entre 20 e 30 minutos e são realizadas de segunda a sexta-feira. A entrega de sacolas de alimentação também foi suspensa, com o objetivo de evitar a aglomeração de pessoas em frente aos estabelecimentos penais. Apenas a entrega via SEDEX foi mantida. Para isso, os materiais enviados passam por uma desinfecção e ficam armazenados durante sete dias, antes de serem distribuídos, para evitar contaminação. O Depen capacitou também funcionários para a realização dos testes PCR nos detentos do Estado. Além disso, os locais de detenção estão passando por limpezas contínuas dos ambientes, assim como higienização de viaturas e veículos de remoção. Ao mesmo tempo, foi intensificada a distribuição de produtos de higiene e materiais de proteção individual. Presos e servidores têm à disposição máscaras, álcool em gel e sabão para higienização das mãos. (Repórter: Amanda Laynes)