4,6 milhões de paranaenses passaram a ter coleta de esgoto nos últimos anos, aponta estudo

26/03/2024
O Instituto Trata Brasil divulgou nesta terça-feira o estudo Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento no Paraná. A pesquisa, que considera o período entre 2005 a 2022, mostra os impactos dos investimentos em saneamento na melhoria nas condições econômicas e sociais do Estado. Em 2022, 96,1% da população paranaense era abastecida com água tratada e 76,3% atendida com esgotamento sanitário, um dos melhores indicadores do Brasil. A rede de distribuição de água, que era de 40 mil quilômetros de extensão em 2005, passou para quase 73 mil quilômetros em 2022 – uma taxa de crescimento de 3,6% ao ano. Nesse mesmo período, a rede de coleta de esgoto cresceu 4,8%, de 19 mil quilômetros para mais de 42 mil quilômetros. Entre 2005 a 2022, 2 milhões e 300 mil pessoas passaram a ter acesso ao serviço de abastecimento de água tratada e 4 milhões e 600 mil pessoas passaram a ter acesso ao serviço de coleta de esgoto em suas residências no Paraná. O Trata Brasil utilizou dados do Sistema Nacional de Informações do Saneamento, do Ministério das Cidades, que é alimentado com informações das empresas de saneamento e dos municípios; utilizou também pesquisas do IBGE, do SUS; do Ministério da Educação e outras instituições. O estudo mostra que a expansão do saneamento requer investimentos volumosos em obras de construção civil, com a criação de empregos e expansão da renda, impactando a economia do setor, incluindo fornecedores de materiais de construção e escritórios de engenharia e arquitetura. Em valores corrigidos, o Trata Brasil aponta que foram investidos mais de 22 bilhões de reais em obras de manutenção e expansão de redes de água e de esgoto no Paraná, entre 2005 e 2022, o que equivale a 1 bilhão 230 milhões de reais por ano na média do período. Essas obras sustentaram 9.329 empregos diretos por ano no setor da construção civil, somando 351 milhões de reais em salários, benefícios e contribuições trabalhistas. Além disso, foram gerados 4.530 empregos indiretos por ano. Toda a renda proveniente dessa movimentação impactou o PIB da construção civil da região no período. O estudo também indica que o saneamento melhora as condições de saúde e de escolaridade da população. Ao longo de 2019, por exemplo, o SUS registrou no Brasil cerca de 273 mil internações hospitalares por doenças de veiculação; na Região Sul, foram 27 mil, e, no Paraná, 12 mil. Crianças e jovens com acesso a água potável e ao serviço de coleta e tratamento de esgoto tiveram, em média, 3% menos atraso escolar do que os que não tiveram acesso a saneamento no período analisado. (Repórter: Gabriel Ramos)