2020 pode ser o mais quente no Paraná nos últimos 25 anos

08/10/2020
O ano de 2020 deve entrar para a história como um dos mais quentes já registrados, segundo o Serviço de Mudança Climática Copernicus, do Programa de Observação da Terra, da União Europeia, que monitora o clima desde o ano de 1979. O levantamento, divulgado nesta semana, repete a análise da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos e aponta que há 99,9% de chance de 2020 entrar no ranking dos cinco anos mais quentes já registrados. Segundo o órgão americano, esse aumento na temperatura do ar ocorre em várias regiões do mundo, como no Norte da Sibéria, no Oriente Médio, em partes da América do Sul, Estados Unidos, Austrália e Europa. As altas temperaturas também afetam os termômetros no Paraná. De acordo com os registros do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná, Simepar, setembro foi um dos mais quentes da série histórica de medição, que teve início em 1998. Segundo o coordenador da Operação Meteorológica do Simepar, Marco Antônio Jusevicius, com exceção do Litoral, em todas as outras regiões do Estado a temperatura média ficou até 4 graus acima dos registros históricos. // SONORA MARCO ANTÔNIO JUSEVICIUS //

Com a combinação entre as temperaturas altas e a falta de chuvas, a crise hídrica foi tomando grandes proporções. As diferentes regiões do Paraná se encontram, atualmente, em situações que são classificadas como de seca moderada, grave ou extrema. Em Curitiba e Região Metropolitana, por exemplo, a situação está no nível de seca extrema. O diretor de Comunicação e Marketing da Sanepar, Hudson José, ressalta que este é um momento de dificuldade global diante das altas temperaturas, sendo essencial usar a água com responsabilidade. // SONORA HUDSON JOSÉ //
A situação é tão grave que o Paraná foi incluído no mapeamento hídrico do Monitor de Secas, plataforma regulamentada pela Agência Nacional de Águas. O sistema foi criado em 2014, inicialmente para atender o Nordeste, onde são mais recorrentes as secas prolongadas. E a tendência de temperaturas elevadas no Paraná continua. Nos primeiros dias deste mês, a onda de calor elevou o consumo de água a níveis recordes, demandando produções acima da média dos sistemas de abastecimento público. Em Maringá, o consumo chegou a ser 20% maior do que nos dias normais. Em Londrina, foi 17% maior, com recorde de consumo de 255 milhões de litros de água. (Repórter: Rodrigo Arend)