Saem de fábricas do Estado 70% da produção brasileira fécula de mandioca

08/12/2020
O Paraná é o maior produtor brasileiro de fécula de mandioca. O estado ocupa a segunda colocação na produção da raiz, perdendo apenas para o estado do Pará. Mas está localizado no Paraná o maior e mais moderno parque industrial produtor de fécula e de farinha de mandioca do Brasil. O cultivo da raiz é um dos maiores geradores de mão de obra no campo, já que a colheita do produto é quase toda manual. A concentração da produção está sobretudo no Noroeste do Estado, abrangendo também a região Oeste e Centro-Oeste. Conforme o Departamento de Economia Rural, da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento, em 2019 o Brasil produziu 509 mil toneladas de fécula de mandioca, sendo 70% proveniente do Paraná. De acordo com dados do Sindicato da Indústria de Mandioca do Paraná, hoje existem cerca de 50 empresas produtoras de farinha, tapioca e fécula de mandioca no estado. De acordo com Guido Bankhardt, diretor do Sindicato, as empresas produtoras empregam diretamente, em média, 100 pessoas e outras 150 indiretamente.// SONORA GUIDO BANKHARDT.//
A Amidos Bankhardt, localizada em Paranavaí, existe há 15 anos e produz fécula de mandioca. São 50 funcionários e produção mensal de mais de uma tonelada, sendo que a maior parte é destinada a outras indústrias de transformação. Há pouco tempo a empresa começou a investir numa marca própria. Iniciou a embalagem de produtos em sacos de um e meio quilo. Hoje, os produtos estão mais presentes na região, mas o projeto é colocar os produtos em todo o mercado nacional.// SONORA GUIDO BANKHARDT.//
Em Terra Rica está instalada a Farinheira Roders, empresa de origem catarinense que desde 1997 se instalou no Paraná para a produção de farinha de mandioca. A fábrica mói 200 toneladas de mandioca por dia e mantém cerca de 400 alqueires plantados com a raiz. Cerca de 50 famílias cuidam da colheita do produto que não tem época de safra e acontece durante todo o ano. Segundo Vilmar Roders, proprietário da empresa, são feitas mil toneladas de farinha por mês, sendo que 60% deste volume é destinado à exportação.// SONORA VILMAR RODERS.//
Uma das principais vantagens da indústria de fécula e farinha de mandioca é a autossuficiência. Quando a raiz chega da lavoura, passa por uma série de lavagens, onde a mandioca perde a casca e está pronta para começar a ser processada. A água da lavagem e a casca da raiz são usadas para a produção de biogás. O material é usado como combustível nas caldeiras das indústrias, reduzindo drasticamente o consumo de energia elétrica. Adair dos Santos, técnico químico da Bankhardt, explica que, depois de gerado o biogás, a água da lavagem da mandioca é utilizada na fertirrigação da lavoura, servindo como adubo para as pastagens.// SONORA ADAIR DOS SANTOS.//
O Governo do Estado criou o projeto Feito no Paraná, que busca dar mais visibilidade para a produção estadual. O objetivo é estimular a valorização e a compra de mercadorias paranaenses, movimentar a economia e promover a geração de emprego e renda. Empresas paranaenses interessadas em participar do programa podem se cadastrar pelo site www.feitonoparana.pr.gov.br. (Repórter: Amanda Laynes)